quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Lágrima seca

    Estou chorando, mas não se vê uma lágrima sequer. Estou triste, porém meu olhar não demonstra. Estou devastado, entretanto pareço normal. É vida, meus parabéns, você está conseguindo de novo, você sempre consegue.

    Quem sou eu diante de um mundo tão grande repleto de pessoas tão pequenas quanto eu? Sou só mais um ponto rabiscado de qualquer jeito numa enorme tela com pontos perfeitos e linhas tremidas. Sou só mais um, mas sou o um. Aquele um que está sozinho em todos os lugares, o um que não chega ser único nem diferente de muitos, mas mesmo assim sou aquele um.

    Eu realmente estou chorando, mas meu rosto imparcial se nega a se contorcer nem meus olhos cedem às lágrimas que mal chegaram à superfície e logo foram tragadas de volta para o corpo. Estou só, a vida me pisa, os Grandes acenam do céu e eu os vejo do chão - meu lugar.

    Dizem que não podemos ir além do fundo do poço, mas sabemos que nós mesmos cavamos nossas covas e assim vamos cada vez mais afundando até o ponto onde nem conseguimos enxergar o poço, damos sorte se ainda conseguimos enxergar algo na verdade.

    Eu queria ser um deles, queria ser um Grande, mas mesmo se eu fosse conseguiria encontrar um lugar apertado, escuro e frio para cavar meu buraco de angústia porque sou assim, eu sou isso. Algumas pessoas são seus próprios demônios, vivem presas dentro de si mesmas culpando o mundo quando na verdade são elas mesmas que permanecem nisso. Eu sou assim, tenho consciência disso, mas mudar? Não tenho vontade. Ou melhor, tenho, só que mais se configura como vontade de ter vontade, do que a vontade de mudança em si. Quero querer mudar. Não consigo. Eu sou meu buraco, minha cova, meu escuro, minha angústia, minha inveja... se eu perder isso serei mais nada do que já sou.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

São tantas derrotas que estou rindo

    Não acredito em sorte ou azar, mas minha vida tem sido tão merda esses últimos tempos que estou começando a repensar isso. Sou derrotado em coisas pequenas, simples, em coisas grandes e relevantes, coisas que n tem importância, coisas importantes... eu não dou uma dentro.

    Universidade que só estou fazendo poque fiquei lá por alguém que me deixou. Falta de emprego, entreguei currículos e nem uma mensagem sequer deixaram. Nunca ter tido um relacionamento, quem quer um cara gray-assexual (resumindo, não pratico sexo) depressivo e ansioso? Ser burro demais pra fazer concurso. Sem amigos. Adoecendo o tempo todo. Estágio me enlouquecendo por eu não fazer ideia do que estou fazendo. Trabalhos acadêmicos desnecessários. Pessoas que impedem que eu "avance". Falta de lazer poque quando finalmente arrumo com quem sair em tantos meses acabo adoecendo 2 vezes seguidas e tendo que tomar uma porrada de remédios... O que veio agora, para muito, é uma coisa muito idiota, mas não cabe a mim fazer com que entendam o que isso realmente representa para mim: Katy Perry virá ao Brasil no começo do próximo ano.

    Eu havia me programado para seus shows em 2019. Iria sair da universidade próximo ano e correria loucamente atrás de qualquer emprego, se possível pegaria até 2 caso encontrasse, "viveria" com o mínimo e o básico para juntar dinheiro e pelo menos uma vez em tanto tempo me sentir feliz em ver alguém que "fala diretamente comigo", mas nunca a verei.

    "Mas ela vai morrer? Ela não pode vir a outras vezes ao Brasil?" Gente, olha minha idade, tenho 22 anos, meu tempo para isso está acabando, serei velho para ficar gastando uma fortuna para ver uma pessoa de longe cantando. Sei que muitos pensam "que idiotice isso, não tem idade para essas coisas", pessoal, lembram que sou depressivo? Você vai perdendo o ânimo de tudo, eu já estou começando a não ver sentido em se deslocar para um estado onde não conheço ninguém só para ver uma pessoa por 2 horas e voltar para casa sem o dinheiro que poderia me ajudar em muitas coisas. Quanto mais velho eu for, mas madura a depressão ficará (a depressão, não eu) e isso influencia em tudo. Estou começando a achar idiotice até em assistir algo ou ler, você ver algo que não existem assistir sabendo que aquilo não é real e que as pessoas estão apenas falando um texto decorado. Além do mais eu nem sei se conseguirei viver por tanto tempo ao ponto de vê-la pessoalmente.

    Nem todos entendem o que aqui quis passar, mas como eu disse, não cabe a mim que entendam. Espero que minha "onda de azar" acabe, pois estão ficando cada vez pior.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Eu deveria ter morrido ontem

    Eu deveria ter morrido ontem. É incrível como apenas duas palavras derruba tanto alguém. Nem a enorme coceira nos pontos da cirurgia do pulso estão incomodando tanto quando esse sentimento de impotência. 

    Passei anos fazendo coisas, tentando ter ao menos uma migalha do que eu tanto quis ter há tanto tempo. O tanto que eu chorei escondido, o que tive que aguentar para continuar por perto, o que eu tive que desistir, o que eu me humilhei, o que eu me fiz fazer... tudo em vão. Duas palavras destruíram o que eu já sabia que havia valido de nada. 

    Sou um inútil. Sou um idiota. Como pude continuar sonhando feito uma criança sabendo que a realidade, principalmente a minha, me priva de praticamente tudo? Imbecil! Sou burro, um sonhador burro que se enche de esperança e finge para si mesmo que não a tem.

    Eu deveria ter morrido ontem. Não por causa disso, não por causa dele, não por causa de suas palavras em particular. Elas foram o famoso "gatilho", a confirmação de minha inexperiência, minha ignorância e inutilidade. O "menino" de 22 anos que ainda sonha em ser o cantor que queria aos 4 ou 5 anos. O estúpido que se prende a todo custo a alguém que já deixou muito claro inúmeras vezes que não haveria nada entre nós.

    Eu morreria por você, você sabe disso, mas não dessa forma. Não me mataria por você, não assim de graça.

    Nem com forças para chorar eu estou, pelo menos no momento. Estou inerte, aproveitando o desconforto enorme no punho. A dor leve, a coceira que não para, a faixa que aperta e machuca a mão... que doa, coce, aperte e machuque. São coisas que estou acostumado, o incômodo que não tem fim. Eu deveria ter morrido ontem.

O corte do pulso mais profundo que já tive

    O título dá a entender que me mutilei, mas foi apenas uma cirurgia de remoção de cisto que fiz ontem. Foi lindo ver aquela abertura, o sangue espesso e puro escorrendo do corte profundo e o mais estranho, a ausência de dor. Jamais iriam fazer tal procedimento sem anestesia, mas de alguma forma, da mesma maneira que eu temia a insuportável dor, eu a aguardava ansiosamente.

    Ontem pensei em várias coisas enquanto aguardava minha vez na sala de cirurgia, um pensamento ótimo me vinha à mente "e se eu morrer por alguma complicação? Sei que é um procedimento relativamente simples, mas vai que eu tenha alergia a algo ou entre em choque e morra, isso seria lindo, uma morte digna para mim". Esse pensamento me acompanhou desde o dia que descobri que removeriam meu cisto.

    De alguma forma eu estava totalmente conformado com a morte, eu não a chamei, mas se ela viesse a aceitaria sorrindo. Tenho algumas pessoas que desejaria me despedir primeiro, até cheguei a fazer isso para um amigo de longe que eu acabei me afastando e também para um grupo de pessoas legais que não me conhecem direito, mas que me ajudam muito sem perceberem. Chorei enquanto digitava em tom cômico minha despedida caso algo viesse acontecer. E jovens, acho que eu realmente estava querendo que algo acontecesse.

    Não estou tendo meus impulsos de desejos suicidas, apenas estou cansado. Estou muito conformado, estou tranquilo. Há um tempo eu disse que só me mataria se chegasse a isso, a "paz" e eu estou calmo agora. Creio que eu não vá fazer, mas se a morte vier eu a aceitarei e quem sabe sorrirei de verdade.

    Tenho um pedido a fazer, caso eu nunca mais apareça aqui, por favor, algum de vocês poderia localizar algum conhecido meu através do twitter (que está fixado na parte direita do blog)? Gostaria que as pessoas lessem o que eu disse aqui, mas isso só depois de morto. Então, peço por gentileza, que alguém envie o link do blog para algumas de minhas interações no Twitter e peça para divulgar em meu mural no Facebook, mas só se eu demorar MUITO para entrar aqui (algo como 7 meses, não sei, mas um período realmente grande). Eu ficaria muito grato por isso <3. 

domingo, 30 de julho de 2017

Nada do que me orgulhar

    Uma coisa que sempre digo a mim mesmo (na verdade é como um ensaio caso alguém me pergunte isso ou eu sinta necessidade de dizer) é que sou uma das melhores pessoas que já conheci, e em alguns aspectos sou a melhor, - não digo isso por ter grande autoestima, pelo contrário, quem lê o que aqui publico sabe o quanto desgosto de mim mesmo - porém possuo algo em mim que é podre e vergonhoso; as vezes não quero a felicidade de outras pessoas.

    Não faço ideia se já comentei isso aqui, mas provavelmente eu o tenha feito já que sou daqueles que dizem a mesma coisa porque esqueceram que já disse. Bem, isso me envergonha bastante, tento mudar, dizer a mim mesmo o quão estúpido e ridículo isso é, mas não consigo mudar. Ver algumas pessoas que fizeram coisas ruins com outros e comigo também se dando bem é tão agoniante, muitas nem merecem o que acontece, mas seria eu merecedor? Provavelmente não.

    Para alguém tão altruísta quanto eu ter pensamentos assim é de fazer repensar. Não é por você estar no chão que vai desejar querer ver os demais caídos também, mas eu quero. Não todos, não me refiro a pessoas óbvias, aquelas que até já "citei" em textos, quero pessoas em particular, pessoas que não vejo sendo como merecedoras de tal (mais uma vez me pergunto quais seriam os critérios para definir quem merece "estar por cima" e quem não). Me odeio mais ainda por querer que as pessoas fiquem mal sabendo o quão ruim isso é, tendo vivenciado coisas quase que insuportáveis e tendo chegado no meu mais alto pico de dor e confusão. Eu jamais desejaria que chegassem tão longe quanto cheguei - e nem que me ultrapassassem - eu só gostaria de sentir como é vencer, conquistar as coisas, estar em um ambiente que me facilitasse isso, ter meios de me manter nem que seja um terço mais "feliz".

    Isso pode ser chamado de inveja e eu realmente os invejo, mas não é aquele tipo de inveja que me faça querer tomar para mim o que os pertence, muito menos do tipo que faz de tudo para derrubar os outros, eu só queria o que eles tem, pelo menos sentir um pouco disso. Acho injusto eu não ter conseguido nada depois de tanto que passei e fiz por tantas pessoas. Outra coisa errada é esperar recompensa por suas ações, mas como não esperar pelo menos um pouco de tudo aquilo de bom que você fez?

    Não fui 100% bom, fui muito agressivo e arrogante (ainda sou), tive preconceitos (e ainda tenho alguns, mas não os externalizo, os guardo para mim), não sou religioso, mas não arriscaria dizer que tenho um lugar nos céus. Gostaria de deixar para lá, seguir aceitando minha realidade e deixando a dos outros, mas são muitas conquistas ao meu redor e eu fincado no mesmo ponto assistindo tudo.

    É... acho que agora tenho quase certeza de que já disse isso aqui e mais de uma vez, mas enfim.. bom domingo!

sábado, 1 de julho de 2017

O prazo acabou

    Foram 731 dias. Me forcei a fazer coisas que me destruíram. Contei segredos que me colocaram em situações constrangedoras. Falei para algumas pessoas o que talvez nunca deveria ter falado. Ousei sonhar com a realização daquilo que tanto quis por anos. Falhei.

    Muitos diriam que é para chamar atenção, as críticas partem de todos os lados, mas o que me forcei a fazer dentro desses 731 dias me jogou no buraco mais fundo que o momento me permitiu chegar - mas isso não quer dizer que eu já esteja fundo o suficiente. - Fiquei encaliçado, virei um vegetal tristonho vivendo no automático ousando sonhar e nada fazendo para tornar as coisas reais, pelo menos não tudo porquê aquilo eu tentei, falhei, mas tentei.

    Culpa dos outros? Parte sim. Sou justo, bondoso, mas justo. Não vou atribuir a culpa somente a mim quando brincaram de ferir e não se preocuparam em notar o que me acontecia. Os pedidos de socorro foram lançados e quem os ouviu/viu? Tantas vezes que eu falei abertamente o que me acontecia e fui ignorado friamente. Quantas coisas negativas tive que ouvir mesmo tentando (e fazendo) meu melhor. Deus, o quanto corri para chorar escondido em lugares repletos de pessoas e fui tão bom em esconder isso e mentir que nem notaram - ou fingiram não perceber. 

    Me doei ao mundo esperando algo em troca, o erro principal foi meu e até repliquei coisas que me fizeram. É errado, há formas melhores de lidar com isso, mas sou um jovem tão perturbado.

    Meus demônios morreram, eu não os sinto pois estão dentro me mim, como já disse, ou melhor, eu virei meus demônios e por isso não os sinto. A tristeza é tão comum que muitas vezes nem aparento estar triste, nem para mim mesmo. A dor é tão comum que quando eu não a sinto até estranho e chamo por ela para que eu volte a ser o que acabei me tornando. Não sei mais ser outra coisa a não ser essa pessoa "sombria" e negativa que me fiz e me fizeram ser.

    Hoje é meu aniversário, completo 22 anos e prometi me matar assim que esse dia chegasse, eu, de fato, pensei muito nisso e acabei repensando, não o farei, não hoje. Mas acabo de ver algumas coisas, vi a vida dos que me rodearam, alguns deles pelo menos, e observei o quão próximo do zero estou, quase não avancei, vivo de passado e sou formado por ele e assim permaneço próximo ao zero. Queria melhorar, mas não tenho vontade. Queria querer mudar e avançar, mas não quero porquê sei que as coisas que eu queria não acontecerão.

    No momento realmente penso que esse caminho é um dos melhores a se tomar, isso em minha situação. JAMAIS IRIA SUGERIR TAL COISA A ALGUÉM, mas eu não consigo querer melhorar, EU SOU ISSO, um ser vivo programado e condicionado a isso. Não sei quando irá acontecer ou se realmente acontecerá, mas isso começa a se tornar um sonho.

domingo, 11 de junho de 2017

Prazo de validade esgotando (?)

    19 dias. É isso o que falta para o término do prazo que me dei e embora eu saiba que não irei tirar minha vida em meu 22º aniversário, cada vez mais tenho consciência que isso pode acontecer num futuro não muito próximo.

    Motivos... Minha depressão está "controlada", em aspas porque ela ficou tão comum a mim que é normal, não é mais uma condição e sim quem eu sou. Portanto já a descarto como motivo (tem influência, mas não é o gatilho). A ansiedade é um bicho a ser domado, mas mesmo as crises sendo perversas eu sinto que aguento passar por elas, é agoniante mas consigo. Então o que me levaria a cometer suicídio? Amor? Não mesmo, só se for amor próprio (e esse amor teria que surgir, já que não o tenho). Pensei bastante sobre os motivos, porém praticamente nada me vem em mente, o que é irônico porque sei que há uma possibilidade razoável disso acontecer.

    - Morrer só por morrer? - Não diria isso. Não tenho planos, não tenho objetivos, não tenho projeções para o futuro. Não me vejo continuando a existir, não tenho nada traçado para os próximos anos, é um espaço vazio que é preenchido de acordo como as coisas vão, não tenho visão de futuro. Acho que isso esteja confuso, não saberei explicar, minha cabeça é confusa e talvez isso só faça sentido dentro dela.

    - Morrer por não enxergar um futuro? Mas muitas pessoas são assim, vivem um dia de cada vez. - Não é só isso, veja o mundo como ele é, as coisas não funcionam bem e o futuro está mais incerto agora. Me preocupo com o que possa acontecer, me preocupo com a atitude das pessoas, com a forma que os humanos tratam uns aos outros. Injustiça demais, pressão demais, corrupção demais, impunidade nem se fala.

    - Então estaria disposto a morrer só para não ver mais esse tipo de coisa? Sabe que se morrer essas coisas continuarão, não sabe? - Sei sim, e a morte não seria só por isso. São muitas coisas, sejam elas reais ou inventadas, só que não consigo dizer quais.

    Sou uma pessoa confusa que se confunde ao tentar explicar sua confusão, vivendo em um mundo confuso e quase sem ordem, com pessoas tão ruins quanto a ansiedade que sinto. O ponto é que não me vejo pertencente a esse mundo, não que eu acredite que eu vá para outro lugar...dá para entender.

    Minha mente está cheia, mas é como se não houvesse nada também, então está vazia. Lotada com vazio, ou tão cheia que tudo se mistura e acaba sendo nada.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Sentimento bom/ruim

    Já pararam para pensar em como nossos sentimentos nos empurram para os lugares, sejam físicos ou abstratos? Tenho uma tendência incrível de transformar o que deveria ser bom em algo que me derruba, as vezes basta olhar uma coisa simples como o tecido de uma camisa ou uma cor específica para que um sorriso se desfaça por completo.

    Hoje o gatilho foi a simples imagem que vi em uma série, duas pessoas sentadas lado a lado dentro do ônibus. Isso me remeteu a tantas coisas, a viagem foi realmente longa e cansativa mesmo tendo durado poucos segundos e isso bastou para que eu me abatesse. Está certo, sei que isso é normal, mas o sentimento a que isso remeteu deveria ser algo lindo de se ver, uma boa amizade, um carinho, um momento de paz em meu mundo caótico, mas tudo me leva para o oposto partindo das emoções e sensações positivas, tudo se transforma em algo sombrio e triste. Caio novamente no buraco que cavei para mim.

    Continuo me culpando por tudo, sei que não fui só eu quem cometeu os erros, os outros cometeram erros talvez até bem mais que eu, mas eu simplesmente absorvo a culpa para mim e a deixo me envolver. Isso sufoca. Não quero apontar culpados, minha mente é tão dispersa e pouco confiável as vezes que eu me pego pensando se tudo não foi criação minha, se não passou de sonho ou imaginação. Penso que não seria possível alguém me deixar tão mal como fiquei, mas aí é que está, nem eu mesmo conseguiria me sabotar tanto assim, minha imaginação não era tão fértil - hoje é menos ainda. 

    Mais uma vez me remeto à Hannah da série "13 Reasons Why", a forma que ela dava toques aos demais e como eles a ignoravam por não terem noção do que acontecia, estavam cegos para esse tipo de situação. Meu caso foi/é um pouco diferente, as pessoas sabiam sobre mim, eu, muitas vezes, desabafava para amigos que simples e naturalmente me ignoravam, me interrompiam enquanto eu falava e mesmo comigo ainda falando mudavam de assunto e conversavam entre si. As pessoas viam minha dor, mas pareciam não se importar. Sei que são poucos os que se dispõe a ajudar, mas pelo menos ouvir deveria ser função de um amigo, o fato é que a maioria deles (e já eram poucos no total) fechava os olhos para meu definhar e seguiam. Eu, como sempre, ficava atrás os vendo ir.

    Talvez tenha sido esse um dos motivos que me levou a fazer esse blogue, eu queria conversar, externar minhas frustrações nem que fosse apenas em palavras numa tela, jogadas para que alguém em algum momento as leia. Depois vi que com minhas palavras posso trazer um certo "refúgio" a quem passa pelo mesmo que eu, isso é gratificante e preocupante, pois me sinto honrado em conseguir tocar cada um com minhas coisas ditas aqui e me sinto triste por existir quem receba minhas palavras e as entenda por sofrer do mesmo mal que eu. 

    Queria poder curar o mundo, livrá-lo disso. Eu pediria a um deus, mas a qual? Infelizmente não posso fazer muito, desabafar, ouvir e as vezes "aconselhar" é o que consigo fazer e vocês podem não saber, mas também me ajudam. Vocês me "ouvem", são poucos, mas eu sei que há alguém aí do outro lado da tela lendo os pedaços de minha história. Escrever traz a tona tudo de novo, mas mesmo assim alivia um pouco, enfim... creio que já disse tudo que poderia dizer hoje. Obrigado - eu acho (risos).

sábado, 1 de abril de 2017

Se você está lendo isso quer dizer que estou morto (mentira, continuo vivo). Texto em decorrência da série 13 Reasons Why

    Me deparei com uma nova série "13 Reasons Why". Ela narra a história de uma garota que comete suicídio e deixa 13 mensagens explicando o que levou a isso, mensagens essas gravas em várias fitas que devem ser passadas para cada um a que se refere. Isso me chamou bastante atenção já que é basicamente o que aqui faço, porém não direciono a alguém específico (a menos em um blog à parte que nem sei se devo continuar com aquilo).

     Um grande ponto aqui é o que as mensagens causam nas pessoas. Umas se culpam, outras se inocentam, algumas aparentam não dar à mínima e tem aqueles que surtam - o que fez lembrar a mim mesmo.

    Como eu relacionaria a série com minha vida? Essa é a pergunta que me venho fazendo desde a tarde de ontem quando entrei na netflix e vi que a série havia saído. São 13 episódios, estou no oitavo e minha cabeça está explodindo, mas preciso terminar de ver isso logo mesmo tendo mais de 52 minutos cada episódio.

    Gostaria muito de conseguir fazer alguma resenha sobre a série, mas não sou capacitado para tal. Levando em conta minha inabilidade de escrita (gramatica e criativamente falando) jamais conseguiria, pelo menos não em minhas condições atuais, redigir algo com consistência, algo que chame a atenção dos poucos que iriam ler e os fizesse assistir à série.

    Bem, não sei como termina (em morte, claro, mas me refiro ao restante dos motivos) e para tentar escrever algo sobre é preciso ver até o fim. Enfim, era só isso mesmo, gostaria de ter feito essa publicação ontem para cumprir a promessa que fiz a mim mesmo de atualizar ao menos uma vez por mês, mas é isso.

    Quem puder, assista à série, realmente vale a pena.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Olá, Jhonny! (postagem aleatória)

    Fico pensando que ao ver as pausas que dou para publicar algo aqui as pessoas imaginam que eu esteja morto. E dado ao conteúdo aqui publicado acho isso normal de se pensar. 

    Bem, não tenho tido paciência comigo mesmo ao ponto de descrever o que sinto ou dizer o que está acontecendo e quase sempre quando começo a digitar sobre isso, essas coisas que estou sentido começam a aumentar, acabam se tornando mais pesadas pois meu foco vai todo para essa determinada situação. Então me vem em mente todas as outras, vem palavras que não disse, vem pessoas que perdi ou sumiram de minha vida, vem a desesperança de não poder ser um terço do que eu queria ser quando criança... um turbilhão de coisas que pesam bastante. Mesmo agora sem estar descrevendo um momento ruim estou com um nó na garganta por lembrar de todas essas coisas, mas isso é normal, não é mesmo?

    Sobre "novidades", perdi minha bolsa de estudos e não posso trabalhar; minha aulas voltarão dia 20 de março e estou esperando muito por isso pois novos alunos irão entrar no período da tarde (coisa que não acontecia há dois anos), só espero que nenhum deles me decepcione como a grande maioria dos outros; e por último perdi meu melhor amigo, ele não morreu mas passou a agir de maneira inadmissível publicando coisas preconceituosas e racistas e passou a distorcer tudo o que digo, creio que isso se dá por conta do atual relacionamento dele pois ela suga o que há de pior nas pessoas e faz com que isso aflore, foi assim que perdi um outro grande amigo, ela me fez perdê-lo e agora me fez perder outro. 

    Era só isso mesmo, não tenho muito o que dizer, talvez só o mesmo de sempre: estou triste, estou angustiado, quero fugir daqui e blá blá blá...

  

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

A "chave" da coragem

    Acabei de ver uma publicação de um rapaz no Facebook. Ele está passando por todo aquele processo da depressão onde nos confrontamos com nosso distúrbio querendo acabar com isso pela raiz, a vida.

      Na publicação ele pergunta: "Onde fica o botão de morrer?". Pessoas "normais" passam por uma publicação assim e nem dão a devida atenção, elas não percebem os sinais que estão sendo enviados a todo instante. Eu venho observando publicações desse tipo há um bom tempo, esse jovem em especial tem postado muito a respeito disso e até agora não vi ninguém intervir de uma maneira significativa, ninguém dá o apoio necessário. Julgam-no ou simplesmente concordam, não questionam, não discutem, não tentam compreender a gravidade de simples palavras.

      Respondi em comentário dizendo: "Em todos os lugares :/". Reconheço que isso não seria o "certo" a se comentar dado ao nível de depressão que este jovem se encontra, mas meu objetivo foi mostrar que há respostas em muitos lugares, então ele comentou: "E onde encontro a coragem?".

    Vi aqui a oportunidade de mostrar que sei o que ele está passando, que, de certa forma, o compreendo e que sei do que estou falando. Minha resposta foi a seguinte: "Rapaz... a resposta pode parecer estranha, mas a coragem vem com a paz, tranquilidade (é o recomendado). Quando se atinge um dos extremos(histeria X tranquilidade) é que encontramos coragem para algo".

     Não quero ser tido como sábio, não quero que me vejam como mais um exibido que sabe organizar um pouco as palavras, eu quis mostrar algo que percebi ao longo desses quase cinco anos de depressão: a resposta vem do quão histérico ou tranquilo você está. Me refiro a resposta como estimulo, reação, e não como algo  que irá sanar questões das quais todos necessitamos de resposta.

      Prometi a mim mesmo que só tomaria essa decisão de cometer suicídio quando estivesse em pleno estado de relaxamento, sem quaisquer traços de histeria, raiva, medo, dor... bom algo disso haverá, mas a "paz" deve se manter acima de tudo isso, então nesse momento direi a mim mesmo, com a consciência limpa, que minha vida deve acabar. Desde então, sempre que encontro alguém em uma situação parecida comento sobre isso.

      Antes eu me via desesperado tentando "salvar" a vida de alguns amigos. Dois deles vieram até mim desesperados, angustiados, querendo realmente morrer e isso me afetava muito pois eu também passava por aquilo e tinha que "tomar conta" de mais dois potenciais suicidas quando na verdade eu fazia parte do grupo deles. Eu tentava interferir em tudo, buscava soluções onde nem eu mesmo sabia e graças ao meu também desespero consegui "segurá-los". Pode não ser verdade, mas ambos afirmaram que se não fosse por mim eles teriam ido e isso foi o que me fez mudar.

      Prometi a mim mesmo que não irei interferir da maneira que eu fazia, isso me desgastava muito e sempre que tentava ajudar as pessoas seus problemas se uniam com os meus e me deixavam pior. Há outras maneiras de fazer isso, hoje consigo suportar a "vida" de outros, seus problemas ainda se juntam com os meus, mas passei a trabalhar mais isso em mim. Conduzo as pessoas não mais pelo desespero, mas sim pela calma porque é por ela que tomamos, quase sempre, as melhores decisões. Histeria cega, tira as possibilidades, deixa passar coisas importantes.

    O porquê desse texto? Eu não sei, quis postar algo aqui para saberem que ainda estou existindo.

    Para terminar, os comentários que se seguiram abaixo:

    Ele: - Bela Explicação Cara.
    Eu: - Obrigado. Tbm procuro forças para isso ou para sei lá o que.


P.S: Quanto aos erros, não os corrigirei. Estou cansado demais, retomei muita coisa em minha mente e acabei ficando exausto. Os erros permanecerão apesar de meu grande incômodo.



(Feliz ano novo atrasado)