quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

A "chave" da coragem

    Acabei de ver uma publicação de um rapaz no Facebook. Ele está passando por todo aquele processo da depressão onde nos confrontamos com nosso distúrbio querendo acabar com isso pela raiz, a vida.

      Na publicação ele pergunta: "Onde fica o botão de morrer?". Pessoas "normais" passam por uma publicação assim e nem dão a devida atenção, elas não percebem os sinais que estão sendo enviados a todo instante. Eu venho observando publicações desse tipo há um bom tempo, esse jovem em especial tem postado muito a respeito disso e até agora não vi ninguém intervir de uma maneira significativa, ninguém dá o apoio necessário. Julgam-no ou simplesmente concordam, não questionam, não discutem, não tentam compreender a gravidade de simples palavras.

      Respondi em comentário dizendo: "Em todos os lugares :/". Reconheço que isso não seria o "certo" a se comentar dado ao nível de depressão que este jovem se encontra, mas meu objetivo foi mostrar que há respostas em muitos lugares, então ele comentou: "E onde encontro a coragem?".

    Vi aqui a oportunidade de mostrar que sei o que ele está passando, que, de certa forma, o compreendo e que sei do que estou falando. Minha resposta foi a seguinte: "Rapaz... a resposta pode parecer estranha, mas a coragem vem com a paz, tranquilidade (é o recomendado). Quando se atinge um dos extremos(histeria X tranquilidade) é que encontramos coragem para algo".

     Não quero ser tido como sábio, não quero que me vejam como mais um exibido que sabe organizar um pouco as palavras, eu quis mostrar algo que percebi ao longo desses quase cinco anos de depressão: a resposta vem do quão histérico ou tranquilo você está. Me refiro a resposta como estimulo, reação, e não como algo  que irá sanar questões das quais todos necessitamos de resposta.

      Prometi a mim mesmo que só tomaria essa decisão de cometer suicídio quando estivesse em pleno estado de relaxamento, sem quaisquer traços de histeria, raiva, medo, dor... bom algo disso haverá, mas a "paz" deve se manter acima de tudo isso, então nesse momento direi a mim mesmo, com a consciência limpa, que minha vida deve acabar. Desde então, sempre que encontro alguém em uma situação parecida comento sobre isso.

      Antes eu me via desesperado tentando "salvar" a vida de alguns amigos. Dois deles vieram até mim desesperados, angustiados, querendo realmente morrer e isso me afetava muito pois eu também passava por aquilo e tinha que "tomar conta" de mais dois potenciais suicidas quando na verdade eu fazia parte do grupo deles. Eu tentava interferir em tudo, buscava soluções onde nem eu mesmo sabia e graças ao meu também desespero consegui "segurá-los". Pode não ser verdade, mas ambos afirmaram que se não fosse por mim eles teriam ido e isso foi o que me fez mudar.

      Prometi a mim mesmo que não irei interferir da maneira que eu fazia, isso me desgastava muito e sempre que tentava ajudar as pessoas seus problemas se uniam com os meus e me deixavam pior. Há outras maneiras de fazer isso, hoje consigo suportar a "vida" de outros, seus problemas ainda se juntam com os meus, mas passei a trabalhar mais isso em mim. Conduzo as pessoas não mais pelo desespero, mas sim pela calma porque é por ela que tomamos, quase sempre, as melhores decisões. Histeria cega, tira as possibilidades, deixa passar coisas importantes.

    O porquê desse texto? Eu não sei, quis postar algo aqui para saberem que ainda estou existindo.

    Para terminar, os comentários que se seguiram abaixo:

    Ele: - Bela Explicação Cara.
    Eu: - Obrigado. Tbm procuro forças para isso ou para sei lá o que.


P.S: Quanto aos erros, não os corrigirei. Estou cansado demais, retomei muita coisa em minha mente e acabei ficando exausto. Os erros permanecerão apesar de meu grande incômodo.



(Feliz ano novo atrasado)