quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Meu chão frio

    Estou no velho e conhecido chão de meu quarto. Está frio, mas nem me incomodei em calçar meias ou colocar um lençol no chão para sentar. Estou levantando falsas expectativas e ao mesmo tempo me martirizando por achar que faço isso sem motivo e que "tenho capacidade se me empenhar" e eu não sei se tenho razão em pensar que consigo fazer certa coisa ou em que eu sou um inútil. 
    Recebi várias notícias ao longo dessa semana, fui praticamente esmurrado por tantas informações que poderiam ser ignoradas, mas esse sou eu, eu não ignoro o que deveria, e faço mais, valorizo isso que me machuca. Mas ontem foi o começo de minha nova queda, não que eu já estivesse de pé, longe disso, mas é que eu estava, de certa forma, estabilizado e me vem a confirmação de que sou imprestável dependente. Não digo dependente dos pais, mas sim dos outros que me cercam.
    De o que poderia vir em forma de palavras, aquilo foi doloroso, mesmo não tendo relação alguma com algum tipo de xingamento ou ofensa, foram palavras normais enviadas para uma pessoa não normal. Confirmei o que há tempos eu já sabia, sou um nada sozinho e dependerei dos outros para conseguir alguma coisa. Se não existir alguém comigo conseguirei coisa alguma. 
    Eu não deveria me abater, mas que é que controla uma mente doente? Eu estava com visitas e fazem cerca de algumas horas que foram embora, eu não via a hora de ficar só, queria chorar mesmo sendo sem motivo, mas nem isso eu estou conseguindo fazer. Tem um nó se formando em minha garganta, mas nenhuma lágrima desce. Bom, nada posso fazer em relação a minha situação, me conformar não vou, conviver com isso é o que resta, a menos que eu crie coragem de vez e pegue novamente aquela faca, mas desse vez tenho que ter coragem para fazer o que temi fazer.

(Tenho certeza que tem erros aqui, mas não irei corrigi-los agora, nem lerei o que fiz, quero esquecer um pouco isso, por esse motivo decidi digitar e "contar para alguém" o que estou sentindo.

domingo, 12 de outubro de 2014

    Levantei da cama querendo escrever não sei o que, passei as últimas horas deitado ouvindo músicas que não deveria ouvir. É tão engraçado como eu me alto torturo e depois reclamo disso, acho que é porque isso é a única coisa que me mostra que estou vivo, dor, mas é a dor do que chamam de espírito. Não estou me cortando ou me arranhando, não estou usando outros artifícios para me mutilar fisicamente, só mentalmente.
    Mas eu não sei quais marcas são mais evidentes, se são as dos meus braços ou esses pensamentos que insistem em vir sempre que acho que estou "superando" isso. Meus pensamentos poderiam ser apenas meus (e geralmente são), mas todos notam que algo está errado (e eu quase sempre estou errado, triste e pra baixo) e ai começa aquela coisa chata que é ver eles tentando me "ajudar" sendo que mal sabem eles que muitos deles fazem parte de meus problemas, não por culpa deles (pelo menos a maioria), mas sim por culpa minha. Há tempos cheguei a conclusão de que o culpado disso tudo sou eu.