quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Vivo ainda, porém mais vazio

    Tanto tempo, tantas frustrações, tantos arrependimentos... nem lembro a última vez que digitei algo aqui, não tenho tido cabeça nem para pensar direito, quem dirá juntar palavras para colocar em um blog. 

    Tão cansado, física e mentalmente. Há meses não sei o que é "estar bem" pelo fato de ficar doente o tempo inteiro, não passei uma semana sequer sem sentir algo. É garganta inflamada, gripe, infecção, garganta novamente, tosse, ansiedade, estresse, mais tosse, garganta de novo, cisto, mais tosse... 4 meses me empanturrando de remédios, não conseguindo dormir, enlouquecendo cada vez mais com as paranoias e as obrigações. Estou em meu inferno particular.

    As vezes me pego angustiado por só não estar sentindo aquela dor que tanto me era familiar. Acredite ou não me sinto vazio sem minha depressão. Não que eu a tenha superado ou que ela tenha me deixado, eu só não a sinto como antes, fiquei tão acostumado com ela que algo em mim a faz parecer insignificante e isso ironicamente me deixa mal.

    Eu costumava dizer que não queria melhorar disso por não lembrar do que ou como eu realmente era sem ela, dizia que se um dia eu a perdesse seria um nada completo e foi o que aconteceu. Sinto falta da dor que me completava, agora o espaço é ocupado pela angustiante ansiedade. Não estou conseguindo extrair o meu "melhor" como nos tempos mais sombrios. Eu era uma pessoa depressiva e só, era apenas isso que eu era, eu era a depressão e hoje sou nada. Se antes meu vazio era de tristeza, hoje ele é um vazio oco, me sinto seco, indiferente, atônico (mais do que era).