terça-feira, 29 de outubro de 2019

Amar dói

    Impressão minha ou o amor foi "feito" para doer?
    Estou aqui lendo uma série fatos que eu mesmo narrei em um texto inacabado que possui duas páginas quase completas. São mais de oitocentas palavras descrevendo como eu o conheci e como se deu o início de nosso encontro.

    Próximo mês fará um ano, não converso com você há nove meses e creio que mal lembre de mim, apesar de tantas vezes ter me dito, sutilmente, que me amava. Lembro de sua reação ao me ver, parecia realmente espantado e nem precisei perguntar o motivo; "você é muito bonito, não vai querer nada comigo", você me disse. Mas mal sabia você que pensei o mesmo.

    De fato não sei por qual motivo estou digitando isso diretamente para você. Você não irá ler tal coisa, mas talvez minha mente fique um pouco mais leve se eu por tais coisas para fora, mesmo que ninguém as ouçam (ou leiam, no caso).

    Tenho muitos problemas para me preocupar, saúde que está realmente debilitada, trabalho que consome a energia que me resta, dinheiro faltando, tcc que nem tenho ideia de como fazer e tendo só um ano para entregar... você consegue, mesmo depois de nove meses sem ao menos me dizer o mais simples "oi", ocupar o pequeno espaço que sobra em minha cabeça, tomando a atenção para si. Sei que quem te pôs aqui fui eu, mas tudo o que você disse ainda martela em mim. Como em um poema que escrevi "você que foi meu tudo, tu que foste um mundo, me fez perecer".

    Estás com alguém, noivo, te desejo a mais profunda e sincera felicidade. Só te peço que jamais a magoe como me magoou.

    De novo, digito para ti, mas não irás ver. Pois é, acho que ainda te amo, ou estou como Katy Perry em Miss You More. "I miss you more than I loved you", sinto sua falta mais do que te amei (e sinto mesmo).

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Feliz dia do lamento

     01 de julho, este é o melhor dia para se lamentar algo, pelo menos para mim. Hoje faço 24 anos e isso é muito já que minha vida deveria ter se esgotado anos trás (se eu tivesse tido coragem).
   24 anos, ora pareço ter 12, ora pareço ter 48, sou a mistura de um adulto e de um menino. Inconsequente, esperançoso, impulsivo, indeciso, pensativo, arrependido, cheio de dores (físicas e mentais). É como se eu estivesse na "crise da meia idade", mas talvez eu esteja já que essa possa ser a metade dele, ou não.
    Como sempre, me sinto só. Acabo de ver algo (de novo busco me machucar mesmo estando machucado) que me deixou pior e isso virou rotina. A felicidade, sendo ela verdadeira ou falsa, paira ao meu redor, mas não me toca, não permite que eu me aproxime. Ela emana de quem não tem mais contato comigo, pareço ser o polo que repele, quando saio de jogo o outro pode se tornar completo. Fico mal com isso, pois pareço algo ruim, uma coisa que atrasa, mas não sou, só que de fato é o que aparento ser.
    Digo e repito, eu sou uma ótima pessoa, eu sou maravilhoso, mas do que adianta se o carma acontece de maneira oposta comigo? Se houve reincarnação e a vida a seguir for um reflexo da passada, eu devo ter sido um baita filho da puta porquê, meu amigo, tá foda.
    Eu quase sempre fico triste nos dias de hoje, é normal, tanto que não ligo para festa ou comemorações, mas esse ano eu queria algo, simples, pequeno, fazendo uma brincadeira idiota com o número 24. Queria fotos da Katy Perry e algumas artes de Madoka Magica espalhadas pelos cantos, queria um bolo rosa com arco-íris nele, queria uma vela com glitter, balões rosas, tudo bem fofinho e bonito, mas não vai rolar. Primeiro que ninguém viria, já cansei de chamar pessoas á minha casa quando é meu aniversário, há sempre uma desculpa. O bolo e a decoração também não dá certo pelo motivo óbvio da temática, em minha casa jamais aconteceria. Não tenho onde ir, não tenho quem chamar. O que faço é só fantasiar, pensar em como seria se @ estivesse comigo ou se @ não tivesse feito tal coisa, ou então se @ não me tivesse como algo a ser usado e descartado com o tempo.
    Sei que é idiotice, mas eu queria estar bem hoje. É madrugada ainda, mas sei que não vou melhorar, nem me preocupo em fantasiar com isso.
    Parabéns para mim, por aguentar esses anos escuros.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Noite de chuva comum

    01:42 de uma segunda. Madrugada de chuva fraca e constante. Noite silenciosa. Um corpo meio vivo na cama e em sua cabeça um mundo girando.

    D postou uma foto, estava com alguém, o que já não era sem tempo, mas percebi que talvez o que ele sentisse por mim fosse vergonha já que não me permitiu tirar uma única foto com ele, mesmo depois de tanto termos falado sobre isso nas inúmeras conversas que tivemos. Faz seis meses que nem online o vejo, ele deixou de me seguir e continua seguindo minha amiga, mas o que posso fazer? "Quero continuar te encontrando, quero abraçar você, conversar com você, beijar você, mas não vamos ter nada". Fui um passatempo.

    L está vivendo sua vida e estou incrivelmente feliz por ele. Que cresça e em fim se torne a melhor versão que ele possa ter, como já havíamos conversado há tanto tempo que jamais conseguiria lembrar quando.

    Solidão. Palavra comum, simples de entender e fácil de explicar. Pode conter várias interpretações, mas tudo leva ao mesmo ponto, o Um. Sempre costumei me chamar assim, O Um, Aquele, mas não de uma maneira especial, nada como "o único e exclusivo floquinho de neve", fuligem talvez. 

    São os mesmos problemas de sempre, as mesmas reclamações, a mesma angústia, dor, medo, tristeza. Um ciclo, a roda da fortuna que gira e me atropela com meus demônios agarrados em cada um de seus raios.

terça-feira, 12 de março de 2019

A inutilidade do homem

    No que eu sou bom? Me pergunto isso há bastante tempo e não obtive resposta. Minto para mim mesmo dizendo que faço bem isso e aquilo, mas na prática não faço. Creio que poucas pessoas façam algo com real excelência, mas continuo me perguntando se sou bom em algo.

    Estava há pouco dando voltas na cozinha, andando em círculos ao redor da mesa e pensando em um texto de despedida. Fazia muito isso antes e vejo que voltei a fazer. Fiquei nesse estado devido à minha monografia que insisto em não começar a fazer de fato. Sento, ligo o notebook, pego meu caderno, faço algumas pesquisas no Google, rabisco pouquíssimas linhas e quando parece que vou progredir eu guardo o caderno, fecho as abas de pesquisa e fica por isso mesmo. Tenho dois parágrafos e meio e isso desde quando comecei há duas semanas e três dias.

    Convivo com esse sentimento de inutilidade há anos, a universidade contribuiu e muito com isso, mas agora sinto um gostinho especial, um gosto de derrota e anos perdidos. Já estavam perdidos pois o curso não servirá para minha "vida" já que não seguirei nessa área, imagina agora que não consigo escrever a monografia. Tudo será realmente em vão, mais uma coisa incompleta e essa foi construída à muitas lágrimas.

    Eu quero morrer. Não só por isso, é que não estou vendo saída para nada e a pergunta "pra que viver?" é cantada num sussurro por mim mesmo dentro de minha cabeça. Só consigo pensar no sofrimento que isso proporcionaria à minha família, mas e meu sofrimento, quem tá vendo isso? É ruim demais isso. Eu juro que quero viver, eu realmente quero, mas não consigo, parece que não fui feito pra isso. Quanta ironia.

    Estou me corroendo. Estou me tornando meu pior inimigo. Quero matar a mim mesmo para me livrar de mim. Eu só queria um pouco de luz em minha vida, uma fagulha que me faça acender ao menos uma pequena chama de vida. Isso não é pedir muito, mas ninguém me dá e nem sei se alguém pode.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Tempo? Para quê/quem?

    Este é o 44º dia do ano e para mim é como se ainda fosse o sexto, quase não sinto a passagem do tempo. Não sei se todos são assim, mas isso me angustia muito pois me vejo estagnado, parecendo aqueles filmes onde o personagem está parado e as coisas se movem rapidamente ao seu redor (sim, ao estilo Bella em "Lua Nova"). 

    VOCÊ NÃO ESTÁ VIVENDO! Grita uma voz no meu ouvido, e de fato parece que não estou. Me assemelho à mobília do quarto, parado naquele mesmo lugar por muito tempo até que algo o faça se mover.

    Desisti de trabalhar e sair de casa, coisa que havia idealizado logo nos primeiros dias do ano. Quis focar em minha monografia e falei para mim e para o mundo que iniciaria assim que 2019 começasse. Eu não escrevi uma linha sequer. Não me acho capaz disso, penso assim sem ao menos ter tendado fazer algo. Me falta força. Pode ser por preguiça, mas ninguém ficaria mergulhado numa angústia dessa só por preguiça. Eu simplesmente não consigo começar, se leio algo relacionado a isso já inicio um surto, a cabeça fica à mil e logo desisto.

    Eu realmente sei que consigo escrever pelo menos oito páginas sem tanto esforço, adicionando citações e imagens, tenho quase certeza que consigo, mas oito páginas não são o suficiente. Aí me falam "ah, mas é um começo, depois você consegue fazer mais", sim, é um começo, é possível continuar daí, mas eu não consigo me mover. Me sinto incapaz e grande parte de mim concorda com isso.

    Se eu terminasse até maio e colasse grau em junho me livraria desse peso que tenho suportado por tantas anos e poderia finalmente sair daqui, tenho lugares para ir, pessoas para me ajudar e uma vida para construir por conta própria, iniciar praticamente do zero, mas não consigo dar o "start".

    Outro pensamento que insiste em martelar é o de que tudo isso foi e está sendo em vão. Afirmo com toda a sinceridade que tenho que não recordo nem 1/6 do que me foi mostrado no decorrer do meu curso. Eu não irei seguir a profissão, não me sinto feliz fazendo isso. Então todo meu sofrimento não serviu para nada e fazer essa monografia, sofrer ainda mais com isso, não tem sentido algum. Toda essa depressão, esse sentimento de inferioridade, a ansiedade... praticamente tudo de ruim que vem me ocorrendo partiu desse curso e terminá-lo não me deixaria livre de tudo isso, então para quê insistir?

    Quando penso nisso imagino que é algo que eu queira provar para mim mesmo, mostrar que posso ou simplesmente por resquício do T.O.C. que me faz querer terminar. Um lado meu grita "VOCÊ CONSEGUE" o outro retruca "VOCÊ É INCAPAZ". Sei qual deles eu devo ouvir, mas cadê forças?