quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

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    O ano está quase acabando e olhando pra trás vejo o quanto eu fiz, quanta gente conheci, o quanto me estressei e "evoluí" (de certa forma). O ano que comecei a trabalhar, o ano que bebi bastante (ontem mesmo bebi como se não houvesse o dia de hoje), saí de casa (nos últimos fins de semana), mas tudo continuou muito vazio.

    De todas as coisas diferentes me deparei com mais daquilo, rejeição. Vivo no que chamo de "síndrome de philia", termo que significa amizade (ou amor). Conheci alguém que me disse tudo aquilo que outros haviam dito: você é uma pessoa muito legal; você é especial; você é lindo; você me faz bem; quero estar com você; você me entende; é muito bom conversar com você...

    Engatei o que achei ser um namoro, fiquei surpreso com nossa ligação. Horas e mais horas de ligações, todos os dias, à tarde e noite a dentro. Sorrisos, brincadeiras, idiotices... estava tudo muito bonito. O encontrei, foi muito bom, mas logo começou a dar errado. Faltou o "tchan", me disse. Isso depois de tantas palavras lindas, tantas trocas de olhares e depois de eu acreditar que agora realmente iria acontecer. Me pergunto onde está aquele cara legal, maravilhoso, compreensível, amigo, que faz bem...

    Cheguei à conclusão que sirvo somente para ser amigo, para levantar o ego abatido dos outros. Digo isso por já ter uma vasta experiência nisso, tanto que nas últimas semana conheci outra pessoa que me disse EXATAMENTE o mesmo e sumiu. Tivemos conversas lindas, enxerguei seu interior, ajudei com suas inseguranças, mostrei que existem pessoas que podem compreender a situação das outras sem julgamento ou cobranças idiotas e mais uma vez fui deixado.

    Sirvo para acalentar as almas amarguradas, abatidas, cansadas, oprimidas, retraídas; levantar ego; encontrar pontos positivos que o outro não enxerga; encontrar formas do outro se sentir bem consigo mesmo, dar carinho quando sentem necessidade disso; ser ouvinte sem apontar o dedo; respeitar o espaço quando digo/faço algo... eu só sei ser amigo, ninguém me vê de maneira diferente (alguns viram, mas minha cabeça tinha outro foco e de qualquer forma nem assim eles me tratavam e por isso vejo esses casos com certa diferença).

    Estou me sentindo só. Tem um monte de gente ao meu redor (não literalmente, a não ser que sejam familiares), é só eu mandar uma mensagem, ver se estão disponíveis e pegar carro pra onde estiverem, mas não é o mesmo que estar com alguém. Sinto falta de ser um conjunto, só que nunca fui "um duplo", sempre fui eu comigo mesmo e sem outro. É vazio e solitário.

    Digo sempre que acostumo com isso e realmente dá para se acostumar, mas dói todas as vezes que isso acontece. Tenho certeza que acontecerá várias outras vezes, aparecerão pessoas que dirão as mesmas coisas, com as mesmas palavras e então partirão e sei que ficarei mal como das outras vezes.

    Só sirvo pra amigo, conselheiro e apoio emocional. Me sinto honrado, mas abatido. Não quero ser só isso.




(Observação padrão: é madrugada, estou no escuro e todo mundo sabe que erro pra caramba, então não corrigirei este texto. Não irei lê-lo, só publicarei e pronto). 

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Atualização de vida

    Engraçado colocar "vida" no título. Minha depressão voltou a ser aquilo que era antes. Tanto chamei, implorei por ela e ela me atendeu. A ansiedade também está comigo, acho que entrou em sintonia com a depressão.

    Não estou bem, mas consigo suportar. Tenho muito o que dizer, mas é mais do mesmo e não conseguirei dizer algo aqui agora, não quero piorar (e já estou ficando pior por lembrar). 

     Passando mesmo para dizer que estou "vivo" e dizer que é complicado, mas possível viver com isso.

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Masoquismo

    Inexplicavelmente busco maneiras de me torturar, mas nem preciso pensar muito bastando apenas ver uma ou duas fotos e ler algumas linhas de textos. Então lá vou eu me afundando em agonia e dor, fuçando o mundo e o fundo com uma fome voraz por essa dor aguda que trás o tão conhecido sentimento de impotência. Isso não está relacionado à depressão, se fosse esse o sentimento eu estaria "contente", mas esse vazio é diferente e humilhante.

    Quanto tempo será que leva para uma coisa como essa passar? Isso se for realmente passar. Minha mente doente pratica sadismo comigo mesmo. A parte racional repudia, a parte sentimental acolhe. Razão eu tenho de monte, mas quando caí uma gota de sentimento tudo se destrói e aí vem na mente a depressão, lembro que os sentimentos são drasticamente mais intensos em pessoas que sofrem com a mesma, o estranho é se sentir "normal" por estar habituado com essa doença maldita que nem se percebe mais que a tem.

    Antes fosse uma dor para mim mesmo, partida de mim com destino a mim, mas vem de mim através  de outra pessoa. E aqui a confusão logo se faz, mas essas palavras fazem sentido em minha cabeça. Nem pra sofrer por mim mesmo, preciso buscar coisas em outros pra poder sentir algo. Eu sei que dói, mas na falta de algo a mais é só isso que consigo sentir.

    É vergonhoso ter que buscar "vitalidade" em fantasmas passados que jamais retornarão. 

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Vivo ainda, porém mais vazio

    Tanto tempo, tantas frustrações, tantos arrependimentos... nem lembro a última vez que digitei algo aqui, não tenho tido cabeça nem para pensar direito, quem dirá juntar palavras para colocar em um blog. 

    Tão cansado, física e mentalmente. Há meses não sei o que é "estar bem" pelo fato de ficar doente o tempo inteiro, não passei uma semana sequer sem sentir algo. É garganta inflamada, gripe, infecção, garganta novamente, tosse, ansiedade, estresse, mais tosse, garganta de novo, cisto, mais tosse... 4 meses me empanturrando de remédios, não conseguindo dormir, enlouquecendo cada vez mais com as paranoias e as obrigações. Estou em meu inferno particular.

    As vezes me pego angustiado por só não estar sentindo aquela dor que tanto me era familiar. Acredite ou não me sinto vazio sem minha depressão. Não que eu a tenha superado ou que ela tenha me deixado, eu só não a sinto como antes, fiquei tão acostumado com ela que algo em mim a faz parecer insignificante e isso ironicamente me deixa mal.

    Eu costumava dizer que não queria melhorar disso por não lembrar do que ou como eu realmente era sem ela, dizia que se um dia eu a perdesse seria um nada completo e foi o que aconteceu. Sinto falta da dor que me completava, agora o espaço é ocupado pela angustiante ansiedade. Não estou conseguindo extrair o meu "melhor" como nos tempos mais sombrios. Eu era uma pessoa depressiva e só, era apenas isso que eu era, eu era a depressão e hoje sou nada. Se antes meu vazio era de tristeza, hoje ele é um vazio oco, me sinto seco, indiferente, atônico (mais do que era). 

domingo, 6 de maio de 2018

Dando as caras

       Oi! Esta é mais uma publicação vazia e sem conteúdo definido, só quero dar sinal de vida mesmo. Não tem nada de útil aqui, então nem pode ser considerada uma publicação de verdade.


           Aconteceram algumas coisas nos últimos 2 meses. Consegui um emprego, mas está sendo bem complicado por ser em outra cidade, ao menos são apenas dois dias, amanhã e sexta, o que complica é a distância. Pego 2 transportes, às segundas dou aulas em 2 períodos e às sextas em 3 e tenho que dormir por lá. Salário não saiu e estou há mais de um mês e meio trabalhando, não tenho dinheiro nem para pagar as passagens, mas estou firme, por enquanto.

     Fui assaltado nessas andanças para o trabalho. Estou tendo dificuldade em ensinar por simplesmente não saber muito bem o que estou fazendo. Não que eu fique parado lá sem fazer nada, estudo em casa e passo o conteúdo em sala, explico, tiro dúvidas... mas não vou muito além disso. No momento estou me vendo em agonia por não saber mais o que passar a eles. 

           Bem, acho que é só isso, o resto é mais do mesmo. Vim apenas reclamar um pouco e mostrar que "vivo".

sexta-feira, 2 de março de 2018

Cova



    A cada dia que passa arrasto um pouco mais de terra para o buraco que cavei e de pouquinho em pouquinho vou me enterrando.




Caras amarradas
Estagnadas, polidas
Palavras e cânticos
Pensamentos atômicos
Numa rajada constante
Num tom todo inebriante
Embriagado ilusório
Tragando o próprio velório





terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Era apenas um cheiro

    Hoje descobri (ou já sabia, mas não tinha me dado conta) que meu pai possui um perfume d'O Boticário chamado "Coffee Man". Eu já tive esse perfume e conheço muito bem seu cheiro. Resolvi borrifar um pouco em mim e então me veio imediatamente a memória de um ser que habitava minha vida (ou eu a dele).

    Minha memória olfativa é muito boa, chamaria até de impressionante em alguns casos (não sei se com todas as pessoas acontece o mesmo). Fui levado a momentos intensos, bons, um sorriso bonito se formou em meus lábios e pouco tempo depois me entristeci. O cheiro me remeteu à memórias um pouco mais recentes que aquelas, quando tudo começou a desandar.

    As pessoas sempre dizem que para esquecer alguém é preciso encontrar outra pessoa, fiz isso, fiz do dono do cheiro uma rota de fuga (apesar de já nos conhecermos antes de eu encontrar a fagulha que deu início ao incêndio em minha vida). Não o tinha como objeto, não o usava, na verdade eu me permitia ser usado com o intuito de desviar pensamentos de pessoas que não valiam a pena pensar, pelo menos não o tempo todo como costumava acontecer.

    Me doei, me esforcei e sim, tive momentos constrangedores que me senti tão humilhado e usado que me angustia só de pensar, mas eu continuei me esforçando, batalhando contra mim mesmo e meus princípios na esperança de fugir do furacão que me engolia. Não deu certo.

    Agora estou aqui, anos depois, sentindo o mesmo cheiro que tanto senti antes. Sentimentos confusos e conflitantes congestionando minha mente e revivendo aqueles tantos momentos várias e várias vezes. Me arrependi de ter posto este perfume e ao mesmo tempo não. Sou masoquista, meus amigos, e acho que vocês já perceberam isso.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Bom dia, 2018.




Foi-se gente
Foi-se ano
Foi-se tempo
Está indo embora o escuro
Mas o que sempre sobra sou eu

O que seria de mim
Se o que sobrasse não fosse eu?
E se o que sobrasse fosse outra coisa
Ou outra pessoa
Ou o escuro? 

A vida é feita de linhas
De pontos
E de gotas de chuva
Assim como essas que estão caindo agora

Então mais uma noite cai
E um dia se levanta
Talvez não para alguma coisa
Ou para alguém
Mas só para ele mesmo

Bom dia!
2018