segunda-feira, 1 de julho de 2019

Feliz dia do lamento

     01 de julho, este é o melhor dia para se lamentar algo, pelo menos para mim. Hoje faço 24 anos e isso é muito já que minha vida deveria ter se esgotado anos trás (se eu tivesse tido coragem).
   24 anos, ora pareço ter 12, ora pareço ter 48, sou a mistura de um adulto e de um menino. Inconsequente, esperançoso, impulsivo, indeciso, pensativo, arrependido, cheio de dores (físicas e mentais). É como se eu estivesse na "crise da meia idade", mas talvez eu esteja já que essa possa ser a metade dele, ou não.
    Como sempre, me sinto só. Acabo de ver algo (de novo busco me machucar mesmo estando machucado) que me deixou pior e isso virou rotina. A felicidade, sendo ela verdadeira ou falsa, paira ao meu redor, mas não me toca, não permite que eu me aproxime. Ela emana de quem não tem mais contato comigo, pareço ser o polo que repele, quando saio de jogo o outro pode se tornar completo. Fico mal com isso, pois pareço algo ruim, uma coisa que atrasa, mas não sou, só que de fato é o que aparento ser.
    Digo e repito, eu sou uma ótima pessoa, eu sou maravilhoso, mas do que adianta se o carma acontece de maneira oposta comigo? Se houve reincarnação e a vida a seguir for um reflexo da passada, eu devo ter sido um baita filho da puta porquê, meu amigo, tá foda.
    Eu quase sempre fico triste nos dias de hoje, é normal, tanto que não ligo para festa ou comemorações, mas esse ano eu queria algo, simples, pequeno, fazendo uma brincadeira idiota com o número 24. Queria fotos da Katy Perry e algumas artes de Madoka Magica espalhadas pelos cantos, queria um bolo rosa com arco-íris nele, queria uma vela com glitter, balões rosas, tudo bem fofinho e bonito, mas não vai rolar. Primeiro que ninguém viria, já cansei de chamar pessoas á minha casa quando é meu aniversário, há sempre uma desculpa. O bolo e a decoração também não dá certo pelo motivo óbvio da temática, em minha casa jamais aconteceria. Não tenho onde ir, não tenho quem chamar. O que faço é só fantasiar, pensar em como seria se @ estivesse comigo ou se @ não tivesse feito tal coisa, ou então se @ não me tivesse como algo a ser usado e descartado com o tempo.
    Sei que é idiotice, mas eu queria estar bem hoje. É madrugada ainda, mas sei que não vou melhorar, nem me preocupo em fantasiar com isso.
    Parabéns para mim, por aguentar esses anos escuros.