sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Rápido, mas preciso.

    Foram menos de dois minutos, talvez não tenha chegado a um. Uma rua, muitas pessoas, dois olhos que se destacam. Coração frio. Início da contagem:

  • 5 s = tempo para se recompor

  • 10 s = primeiro sorriso, incrédulo

  • 13 s = aproximar-se e sentir o bater do coração

  • 17 s = não querer soltar, mas fazê-lo

  • 20 s = encarar a companhia, analisar, o por acima de você

  • 22 s = procurar desesperadamente algo para dizer

  • 30 s = insistir em falar, mas o desconforto se faz presente no ambiente

  • 45 s (talvez) = tocar outra vez, é preciso sentir que o outro realmente está ali

  • alguns segundos depois = despedir-se, querendo ficar, mas não podendo

  • sentimento de vazio, de alegria banhada em tristeza, que logo depois assume todo o ser

    Foi assim, segundos contados depois de meses sem olhos, sem sorrisos, sem pele, sem cheiro. Só lembranças amargas que forço um doce quase que inexistente, pelo menos onde procuro. 

    Queria me curar, isso com certeza é doença. Preciso de uma cura, mas não existe.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Já são 3 anos disso que eu nem sei mais o que é.

    2016 foi um ano em que fiquei em estado vegetativo, bem mais do que os outros 2 em que estive postando aqui. Me veio em mente agora a possibilidade disso se dar pela ausência de quem me confortava mesmo tendo uma pontinha no tornado que originou essa destruição toda em mim. Hoje, arrasado e destruído, mas sabe a calmaria que fica quando um furação varre um lugar? Existem destroços, entulho, um amontoado de coisas que se confundem entre si, mas há de certa forma paz.

    Não, não estou em paz, apenas o que já disse aqui estou em um ponto onde aceitei isso que tem acontecido comigo e faço dessas coisas parte de mim - o que me lembra mais uma vez que o fim pode estar muito próximo.

    Eu disse a mim mesmo que faria um vídeo "comemorando" os 3 anos do blog (que teve sua primeira publicação dia 28 novembro de 2013). Disse isso quando publiquei pela última vez, mas acabei esquecendo. Eu não sei se chegariam a ver, talvez, no máximo, umas 4 pessoas (eu realmente não tenho noção se alguém de fato companha o que eu digo aqui, penso que todas as pessoas que esbarram nesse blog o encontram por engano ou pura aleatoriedade), mas mesmo assim eu o faria, contando sei lá o que, talvez lendo algo que eu escrevi ou, como acabei de pensar, explicaria alguma publicação aqui.... enfim. Qualquer dia faço esse vídeo, não será para me exibir, pois pelo o que digo aqui deveria sentir vergonha até de vincular minha conta do google com o blog, é mais por agradecimento aos que leem ou só para dar um rosto aos textos aqui publicados.

    Obrigado a você que lê! É solitário desabafar sozinho, sem ter confirmação de que realmente tem alguém vendo, mas compartilhar dores é uma coisinha mínima que melhora nem que seja 5% no momento de frustração, angústia, desespero..... coisas assim.

    Bem, agora, depois de ter conversado com quem há muito não vejo e sinto saudade; depois de ter mais questões sobre o funcionamento de minha mente, irei fazer o que jamais quis de verdade: tomar remédio para ansiedade. Consegui só 2 comprimidos, nem sei quais são os efeitos, mas vai por placebo. Sei que eles não vão resolver problema algum, mas preciso mascarar um pouco essas sensações, preciso ficar mais tranquilo.

    Mais uma vez obrigado por me "ouvir"! 

sábado, 12 de novembro de 2016

Sem Espírito

    Estou "vivendo", mas é como se minha vida já tivesse acabado. Paro para "refletir" e é como se eu já estivesse morto e só estou aqui como consequência de algo. Não digo de "algo maior" como uma divindade, mas sim de atitudes (ou por não tê-las cometido). Lógico que estou aqui por não ter tirado a vida, mas parece que há uma gama de coisas que me mantem existindo mesmo depois de morto. De fato me sinto morto.

    Não quero dizer que vivo num mundo paralelo ou que estou no meu próprio inferno, que já morri e acredito que cada ser só existe em minha mente e que estou sozinho (já cheguei a pensar isso, mas foi apenas um de meus devaneios), se eu realmente acreditasse em espíritos e vida após a morte arriscaria dizer que minha "alma" foi repelida por meu corpo há tempos, deixando-o vazio, um ser consciente, mas que age por instinto e que está fadado a existir e manter os mesmos problemas já que não possui um espírito para "filtrar" tudo o que lhe acontece e seguir em frente. Eu cheguei em um ponto de estagnação. Praticamente parado, as vezes consigo descer um pouco mais, mas acima eu não alcanço.

    A existência pesa. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Minhas Verdades

    São 6 da manhã e ainda não dormi. Minto para mim mesmo dizendo que é por conta das séries que assisto, mas sei que é por eu gostar do silêncio e da solidão que a noite me proporciona. À noite é quando ouço somente minha própria voz dentro de minha cabeça (misturada com várias outras, mas ela é quem mais se destaca), apesar de não deixar de ser um tormento isso também tranquiliza, é quando posso respirar fundo e dizer "ainda existo".

    Ainda passo a maioria do tempo pensando em pessoas que não deveria (ou pelo menos acho que não), para ser mais preciso e direto confesso que é uma em particular, meu mundinho cinza gira em torno de ti ainda. As coisas estão aparentemente mais calmas, visivelmente menos turbulentas, mas só no externo, pois o interior está apodrecendo.

    Eu poderia dizer tantas coisas, mas nenhuma vem em mente, provavelmente pensarei em algo assim que pousar a cabeça no travesseiro e tentar dormir novamente. Queria poder compartilhar coisas que passam em minha mente, mas não consigo filtrá-las, estão embaralhadas e mesmo quando consigo capturar algo acabo esquecendo em poucos segundos e só me resta a angústia de saber que eu estava a pensar em algo, mas não saber no que foi nem sobre quem era.

    Mais um sintoma da depressão? Talvez seja. Pelas minhas pesquisas tenho mais distúrbios que imaginava, mas enfim... Só queria "conversar" um pouco, até outra hora, talvez.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Só para dizer "Oi"

    Depois de tempos, tantos meses de isolamento e decadência retorno para dizer "oi", então: oi!

    Gostaria de dizer coisas consistentes, mas gastei palavras e sanidade em um texto que acabei de digitar e enviar para o futuro, sim o futuro, um tempo onde determinadas pessoas lerão coisas que deixei para elas, mas isso só quando eu estiver partido seja através da morte ou quando eu simplesmente desaparecer (a morte me parece mais viável).

    Sim, penso em morte e como já citei (acho que ano passado, não lembro), meus pensamentos sobre morte estão cada vez mais maduros, estão envoltos de angústia, mas por incrível que pareça a sanidade os rodeia, mas mesmo assim me vejo covarde e talvez nem essa conquista eu consiga alcançar por conta própria.

    Redigi algo, tosco e confuso... irei compartilhar aqui, vai que quando eu morrer isso fique conhecido (risos).



Narra o carma da alma
Quem dança?
Sereia dos sons, véus e céus
Canta vento, encanta
Siga em linha reta
Véu de luz, canta flor
Se foras dor, se for a dor
Canta.

(Ilustração de Leyla Buk - https://leylabuk.wordpress.com/2012/10/


sexta-feira, 1 de julho de 2016

21 = -365

    Há exatos 366 dias iniciei uma contagem, seria a contagem de 731 a partir de minha "transição". Pois bem, me encontro no meio.

    Hoje é meu aniversário, 21 anos e sinto estar na meia idade, mas ao lembrar da contagem reconsidero isso. Propus a mim mesmo modificar coisas em minha vida, tentar resolver assuntos pendentes, me estabilizar, progredir na "incorporação" da depressão como algo que faz parte de mim e aceitar que meu estado é avançado e não possui cura. Propus também revelar coisas minhas para determinadas pessoas e o fiz, mas não concluí isso ainda. Houve também a proposta de tentar pela última vez conseguir o que esperei por anos, mas que sempre fui fraco para tentar, o fiz e não deu certo (http://umhumanochamadojhonny.blogspot.com.br/2015/09/de-joelhos-supliquei-me-declarava-nao.html), mas eu esperava que não desse... enfim, no geral, propus a mim mesmo tentar resolver minha vida em dois anos, contando do meu aniversário de 20 anos e terminando no meu aniversário de 22, 731 para fazer que levei anos para entender, me restam 365 e não me vi com muito progresso. Fiz bastante coisa, confesso, mas ainda faltam coisas que nem eu mesmo me lembro, mas sei que faltam, são tantas coisinhas mínimas e máximas, assuntos complexos, trabalhosos e coisas tão simples.

    Sobre a contagem... no final tudo acaba.

    -365.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Desabafo

    Desabafar para o nada e para ninguém, apenas jogar palavras em uma tela branca em branco. Ver pixels pretos e uma linha na vertical que pisca ao parar de digitar. 

    Desabafar em um sonho. Desabafar em um poema. Desabafar em um conto, um texto, em um contexto. Desabafar em um desenho, risco, rabisco. Desabafar em uma linha, em um corte, na morte.

    Desabafar para si, como faço. Desabafar para ti, como também faço, mas não vês, não permito, mas você também não se permite, se permita!

    Desabafar sobre o que vejo, o que sinto, mas sem sentir e sem ver. Desabafar o confuso, o abstrato, o imaginário, o purgatório. Desabafo. Cansaço. Tenho medo do desabafo, do direto, do na face, aquele que realça a alma dos que desabafam. Desabafo quieto, na sombra, na tela branca que agora em branco não mais está. A linha ainda pisca quando eu paro o desabafo, mas isso é um desabafo? Não sei. Talvez eu deva desabafar sobre isso.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Saudade

Saudade da grande, tamanha, crescente
Saudade dos risos, dos olhos, da gente
Aquela saudade que não me deixa contente
Saudade que queima em dor insistente




    A pura e triste e fria e grande e pesada e amarga saudade.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O primeiro dia do resto de minha vida [sem você]

    Foi assim, como no título desta publicação, que me senti ontem. Pela manhã eu estava esperançoso, fantasiando com você atravessando porta a dentro e sentando ao meu lado. Veio a tarde e eu continuei a te esperar mesmo sabendo que você não iria e mesmo que eu tivesse tentado te esquecer em algum momento não iria conseguir, pessoas perguntavam e eu era obrigado a dizer as palavras amargas "saiu, não é mais daqui". 

    Foi um dia chuvoso, com trovões, com frio e com saudade.

    Sentimento de vazio enorme, lacuna, vácuo, buraco negro que suga minha energia.