segunda-feira, 3 de março de 2025

Eu queria viver por mim, mas vivo pelos outros

    Se eu fosse pensar em um sonho a ser realizado, eu diria que era viver por mim mesmo. Existem coisas que me impedem de partir, que me seguram sem perceber, mas que sem mim não funcionariam. Queria ser egoísta ao ponto de me deixar descansar. Ser egoísta ao ponto de me permitir não sofrer.

    Findar-se é ter coragem de permitir que te abandonem e permitir abandonar. Abandonar, para mim, é inviável. Questão de vida no sentido literal. Tem coisas que não sobreviveriam (novamente no sentido literário). Existir para que o outro exista. Isso é cansativo, e corrosivo em vários momentos. Não desejo que essas coisas sumam, se desgrudem de mim ou sigam correndo em direção oposta. Eu só queria poder ficar em paz.

    O mundo gira, gira, gira e eu sempre paro aqui, debaixo da roda da vida me esmagando. O mundo rui, as coisas ruem e parece que eu sobrevivo firme e forte para poder ver tudo sucumbir. Me pego pensando que minha "força" só existe para isso, continuar vivo pára ver tudo morrer na minha frente.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

A inveja do homem

    Retorno aqui depois de muito tempo. Os problemas são basicamente os mesmos. Casa, trabalho (no momento, a falta dele e a incerteza se vou ser chamado esse ano)... o que também não mudou foi a inveja que sinto das pessoas, principalmente das com quem eu vivi.

    Tenho visto algumas pessoas que fizeram parte de minha vida publicando suas conquistas. Mudanças, estabilidade, realizações... algumas dessas pessoas se encaixariam perfeitamente na "lei do retorno", mas parece que o efeito foi contrário. Ao invés de receber de volta o mal que fizeram, receberam coisas boas em dobro, alguns mais que o dobro.

    Eu continuo me vendo estagnado. Eu tentei bastante realizar coisas que alguns podem considerar sonhos, mas só me veio um fracasso seguido do outro. 

    Eu sinto muita inveja. Inveja do que cada um deles conquistou enquanto eu estou aqui, resmungando pro vento. Inveja por eles terem realizados meus desejos de criança, coisas que eu sequer consigo fantasiar de maneira clara. Inveja por eles seguirem ganhando espaço, enquanto eu só me recolho com minha insignificância.

    Sou apenas um humano chamado Jhonny. Um Jhonny que já começou errado com o nome.